quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Prosa... "Poesia"

Poesia!


Poesia? Poesia.

Era uma vez a poesia: poesia que habitava no pensamento, poesia que habitava no coração. Poesia, irmã da prosa, filha da escrita... ou o enigmático desvendar de humana emoção.

Poesia, poesia, pelo teu nome se sabia que o amor sofria, poesia. Um par de asas, para libertar a mais escondida imaginação.

Poesia. O que eras tu, além de palavras, além de um refrão? Pois bem... poesia, talvez nunca tenhas sido mais que simples ilusão. As palavras fluíam, mas a tua essência era intangível. Poesia? Poesia, ou uma mera assombração.

Um qualquer pensamento sentido, que nasce na palma de uma mão... ou até quem sabe, no suave tinir da nota de uma canção.

Talvez nunca se venha a saber. Assim é a poesia... o silencioso clamor de uma modesta revolução.

(...)


- Paulo de Sousa Alcoforado (2009)

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

2009

Para todos os leitores e visitantes, das mais variadas origens, um excelente Ano Novo :)

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Da imagem e palavras (e algo mais)

Dizem, com razão, que por vezes uma imagem vale mil palavras.

Outras vezes, em certos momentos, chegamos à conclusão que uma única palavra vale para nós mais do que mil imagens.

Qual seria então o valor de uma simbiose expressiva entre o escrito e o visual?

Sendo também um apaixonado por fotografia, para além de escrita, foi com muito agrado que recentemente tive oportunidade de cruzar caminho com duas interessantes fotografias, às quais os seus respectivos autores associaram poemas que poderão ler neste meu modesto espaço de escrita (a eles um agradecimento pela leitura e apreciação). Partilho convosco os links originais destas descobertas...

Assim, em primeiro lugar, uma bela fotografia associada ao poema "Reflexos de Meia-Noite":

E a segunda, uma foto interessante intitulada e sub-titulada (no campo "descrição da foto") a partir de uma transcrição parcial do poema "Memórias de um Tempo":

- Link Externo B (*)

Exemplos da forma como muitas vezes a escrita e imagem podem andar lado-a-lado, em complementar co-existência ^^


(*) Aproveitando no entanto para fazer um breve apontamento relativo ao uso indevido do excerto em causa, tendo este sido transcrito e adaptado sem qualquer tipo de referência à origem do mesmo. As referências de autoria criativa, sempre que devidas, constituem o fundamento do princípio de confiança e boa-fé (presente no campo implícito e também no explícito e legal) que potencia e assegura a partilha segura dos trabalhos criativos na comunidade global que é a Internet, criando assim as bases para um espaço multi-disciplinar de intercâmbio e comunicação expressiva.

segunda-feira, 30 de junho de 2008

Summer Days (excerto)

Summer Days

(...)

Sentem-se na pele as primeiras brisas nocturnas de um Verão indeciso.

No céu, uma tela limpa reflecte a dança de estrelas em constelações, que nadam através de águas negras de um nada semi-absoluto. De lá de cima, observam-nos, enquanto orbitamos em torno dos nossos contextos de vida. E ao nível do solo, aqui estamos, observando-as de volta.

Aqui e lá, agora e então, passeia por vezes o pensamento em contra-corrente pela Primavera, Inverno e Outono, em estóica contrariedade face aos indiferentes ponteiros do fluir do tempo. Mas nesta estação, o momento presente reina. Os dias de Verão são fugazes, e não permitem distracções… quem neles apenas deriva descobre frequentemente que já passaram.

E depois do Verão? Depois do Verão vem apenas o amanhã. Mas o amanhã é futuro, e o futuro à acção e ao Destino pertence.

No agora apenas o presente momento habita.

(...)


- Paulo de Sousa Alcoforado (2008)

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Poema "Quem Somos"

Quem Somos


Somos asas,
Que voam para o céu…
De alma no peito
E coração nas mãos.

Sabendo apenas que vamos…
Que em imaginadas asas voamos.
Procurando aquele ilusivo lugar de onde partimos,
Algures no zénite do nosso ponto de chegada.

Foi-nos permitido viver no ontem,
Com um olhar pensativo no amanhã…
Tendo sido todavia nos sonhos do agora
Que a nossa esperança nunca se tornou vã.

Tornámo-nos aquele grito de confiança...
Ou pelo menos o punho erguido da perseverança.

Hoje respiramos à superfície da brisa matinal,
Que dá voz à fragrância da saudade…
Moramos no fugaz quebrar das ondas da maré
Ao ritmo do eterno fado que nos assiste.

Talvez tenha sido nossa a eternidade, para partilhar…
Um momento contido em nós, de certo tempo ou um lugar.


- Paulo de Sousa Alcoforado (2008)